
O mercado de energia solar no Brasil, que desafia desafios ao longo deste ano, está apresentando sinais promissores de recuperação no segundo semestre de 2023, de acordo com um relatório recente da XP Investimentos. Uma pesquisa, baseada em entrevistas realizadas com 37 executivos do setor fotovoltaico em todo o país, revelou que 78% dos entrevistados investigaram alta ou confiança média na retomada da demanda.
Essas entrevistas aconteceram durante a XP Solar Week, um evento organizado pela corretora que conta com a participação de empresas renomadas do setor, incluindo Ecori, Intelbras, Trina, WDC e WEG.
►O relatório da XP destaca que o aumento significativo na demanda durante o último trimestre de 2022 impulsionou as vendas antes da implementação da Lei 14.300, que trouxe mudanças regulatórias para o mercado de energia solar no Brasil.

Além disso, o estudo aponta que as condições macroeconômicas atuais, como taxas de juros elevadas e restrições mais rigorosas na concessão de crédito, afetam o setor. O aumento nos custos de financiamento de projetos levou muitos clientes a reavaliarem seus investimentos, com algumas dificuldades na obtenção de linhas de crédito bancário. Um desafio adicional está relacionado ao aumento do custo do financiamento de projetos, o que tem levado os clientes a repensarem seus planos de investimento, à medida que muitos encontram dificuldades ao solicitar linhas de crédito bancário.
A questão do custo do financiamento preocupa especialmente o segmento de painéis solares solares, uma vez que cerca de 60% dos projetos dependem de financiamento bancário. A Trina Solar, em entrevista à XP, ressaltou que muitos fornecedores estavam oferecendo produtos de baixa qualidade a preços reduzidos, resultando em painéis solares ineficientes e um aumento nas taxas de inadimplência nos bancos, o que, por sua vez, levou a uma diminuição na oferta de crédito para o setor solar.
Embora o relatório não seja mencionado, a redução nos preços da energia devido às condições hidrológicas planejadas foi planejada para um primeiro semestre menos aquecido no setor.

Entretanto, a XP Investimentos sugere que o pior já pode ter ficado para trás e que a presença de empresas mais qualificadas, incluindo vendedores e importadores, pode favorecer a dinâmica competitiva do setor solar. Segundo o relatório, as empresas apontaram que, após a normalização dos níveis de estoque, o cenário competitivo poderá se tornar menos agressivo, com os clientes priorizando a qualidade sobre os preços.
A XP também destaca que as informações contidas no relatório são cruciais para os empresários do setor solar, ajudando-os a compreender o cenário atual e futuro do mercado. A capacidade das empresas de se adaptarem às mudanças regulatórias e macroeconômicas, gerenciarem eficientemente os estoques e manterem a confiança na recuperação do mercado são consideradas chaves para o sucesso contínuo no setor.
A multinacional brasileira WEG, líder no setor de energia solar do Brasil, declarou resiliência diante dos desafios enfrentados em 2023. A empresa manteve um desempenho estável, apesar da queda na demanda, ao focar principalmente em clientes comerciais e industriais no segmento de geração distribuída ( GD). Olhando para o futuro, a WEG planeja expandir sua atuação no segmento residencial, aproveitando sinergias com outros produtos, como o WEG Home.
No entanto, para atender ao mercado residencial, a WEG está desenvolvendo um canal de distribuição mais extenso. Harry Neto, Head de Energia Solar Distribuída da WEG, enfatizou que os integradores WEG têm foco principalmente no setor comercial, industrial e de usinas, e, para conquistar espaço no mercado residencial, a empresa está estabelecendo distribuidores exclusivos.
Em relação aos produtos, a WEG continuará a se concentrar em um nicho mais premium, direcionando clientes que valorizam a qualidade sobre o preço. A empresa também lançou novos produtos, incluindo microinversores e módulos fotovoltaicos de alta eficiência. Outra empresa confiante no setor solar, apesar dos desafios enfrentados, é a Intelbras. A empresa acredita que a queda no preço do polissilício proporciona uma melhor condição de compra e espera aumentar a rotatividade de estoque no segundo semestre. A Intelbras se posiciona em um nível de preço mais alto, mas com um canal de distribuição consolidado. A empresa também vê oportunidades no segmento de mini usinas e reforça a importância do setor solar para o futuro da matriz energética brasileira.

O relatório da XP Investimentos destaca ainda a questão dos estoques e dos preços de venda. O custo dos painéis solares diminui significativamente, afetando a receita e os custos das empresas. Algumas empresas estão adotando estratégias como a venda parcelada de projetos e a aquisição de equipamentos para superar essa situação. Um desafio significativo identificado pelo relatório é a deficiência de mão de obra especializada. A Trina Solar enfatizou que a falta de profissionais envolvidos é um obstáculo para o crescimento do setor, especialmente com mais de 300 usinas solares atualmente em construção. No entanto, a falta de mão de obra comprometida também representa uma oportunidade para profissionais interessados em investir em formação e atualização.
Apesar dos desafios enfrentados, o mercado de energia solar no Brasil oferece oportunidades sérias. A capacidade de adaptação às mudanças regulatórias, a gestão eficiente de estoques e a priorização da qualidade são cruciais para o sucesso neste setor em rápido crescimento. Além disso, a formação e atualização contínua da mão de obra especializada são fundamentais para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades do mercado fotovoltaico brasileiro.
Fontes: Canal Solar - XP - WEG
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