Mário Nishimura é descendente de japonês e tem 44 anos, mas vive nas ruas do Rio de Janeiro há 9 anos. Em frente ao prédio do Ministério Público Estadual, na região central do Rio, ele carrega equipamento que chama a atenção de quem passa, ao lado do carrinho em que guarda seus objetos pessoais, há três placas que realizam a captação de energia solar.
As placas ficam sobre uma estrutura improvisada de isopor, apontadas para o céu e conectadas a elas tem alguns celulares. Nishimura conserta os aparelhos na calçada mesmo, com energia que ele mesmo gera e o mais curioso: ele não cobra pelos seus serviços prestados.
Mário sobrevive com a renda de benefício do governo federal, ele diz que decidiu não cobrar pelos serviços, pois quem trabalha com isso costuma cobrar um valor alto e ele quer ajudar as pessoas que não conseguem ter acesso a esses serviços por causa dos valores.
O conhecimento para mexer nos aparelhos foi adquirido através de pesquisas na internet, essas pesquisas foram feitas pelo seu celular que se mantem conectado nas placas. O sinal de internet ele consegue nas imediações do prédio da Defensoria Pública do Estado do Rio.
O conserto realizado com mais frequência é a troca de tela de celular, mas quando é necessária alguma peça específica, o cliente dá o dinheiro para compra e o Mário entrega tudo em perfeito estado.
O seu interesse pelos equipamentos elétricos vem da infância, nessa época, ele era fascinado por lâmpadas e gostava de imaginar seus mecanismos enquanto as observava. Aos 18 anos viajou ao Japão, país que ele ficou entre idas e vindas durante 1997 a 2008 e onde conheceu painéis de luz de LED e se interessou por seu funcionamento.
Apesar da facilidade em aprender e realizar trabalhos manuais, ele conta que não teve uma boa educação e que os seus pais não lhe davam atenção, chegaram a ficar 7 anos sem dirigir uma palavra a ele. Na escola ele teve problemas e no mercado de trabalho também, o que desestimula a procurar emprego.
Fonte: Entrevista de Mário Nashimura ao veículo O Dia.
Comments